Passeio das Comunidades

Um tour cultural bem interessante é o Passeio das Comunidades. No entorno de Rio de Contas vivem de forma isolada, três comunidades. Duas de negros, descendentes de africanos, e uma de brancos, descendentes de portugueses.

A Comunidade do Bananal e Comunidade da Barra são de descendência quilombola, trabalham agricultura e artesanato, especialmente o artesanato em crivo rústico. Nestas comunidades só habitam negros de origem africana. Eles vieram do sul da África – Costa da Mina, Angola e Costa de Marfim, se assentaram ali na época e permanecem até hoje. São áreas protegidas pela Fundação Palmares. Nada pode se vender, tudo é passado de pai para filho.

Um projeto muito bonito, fundado em 2012 pelas mulheres artesãs quilombolas, é o Projeto Mulheres Quilombolas. Tem por objetivo criar alternativas de geração de renda e trabalho, através do resgate do artesanato tradicional em crivo rústico, confeccionado a partir do algodão cru. São 30 mulheres produzindo com base nos princípios da Economia Solidária na área de artesanato. A venda é feita na Loja no Quilombo de Barra, em feiras, por site e redes sociais.

Outra comunidade é a Mato Grosso, de origem portuguesa. Está localizada um pouco mais distante de Rio de Contas, a 1.500 metros de altitude (a cidade de Rio de contas está a 1000 metros de altitude). Nela, há uma melhor estrutura. As ruas são calçadas, há escolas, igreja, mercados, é quase uma cidade. Lá foi instalada a primeira freguesia eclesiástica de todo o alto sertão da Bahia. A origem desse povo é a cidade de Mafra, localizada ao lado de Lisboa. Tanto que 80% da comunidade tem sobrenome de Mafra, pois eles se casaram muito entre si, causando inclusive problemas de consanguinidade. Lá também possui uma produção muito grande de café, flores e verduras.

Em 300 anos de isolamento destas comunidades, aconteceram somente cerca de 20 casamentos entre os membros das comunidades quilombolas e portuguesa. Um número nada expressivo, considerando o tempo de existência destas comunidades.

Não é preciso agendar horário para visitar as comunidades, pois é possível acessá-las livremente. Mas nossa dica é contratar um guia para que traga mais sentido ao passeio, explicando o contexto histórico e contos que eles conhecem e dominam muito bem.

Média de duração do passeio: 3 horas.